Na verdade, parece ser fácil simplesmente dizer.Tudo ainda não passa de um sonho.Pois ainda é difícil encontrar professores que afirmem estar preparados para esta tão "revolucionária" mudança.
Refletir sobre as questões de uma escola de qualidades para todos, incluindo alunos e professores através de uma perspectiva sócio-cultural significa que nós temos que considerar, dentre outros fatores, a visão ideológica de uma realidade construída sócio e culturalmente por aqueles que são responsáveis pela discussão.
É por tais fatores que cresce a cada ano pessoas dispostas a discutir, defender a Inclusão escolar como um passo importante para o efeito da cidadania.
CONVIVENDO COM AS DIFERENÇAS
Muitas de nossas crianças, hoje, ainda estão em salas segregadas divididas por suas diferenças.
Educar indivíduos em segregadas salas de "Educação Especial" nega-lhes o direito de conviver com estimulantes formas de aprendizagem que somente acontece em salas regulares por causa da diversidade que há neste tipo de ambiente.
Uma das maiores defensoras da Educação Inclusiva aqui no Brasil é Maria Tereza Eglér Mantoan, diz que"Incluir é a capacidade de entender o outro e, assim, ter o privilégio de conviver com e compartilhar com pessoas diferentes de nós."(Nova Escola-Maio/05)
Para ela há uma grande diferença entre as escolas que hoje afirmam estar incluindo crianças com necessidades educacionais especiais e, o que deveria ser uma "Escola Inclusiva".
Muitas escolas separaram salas para essas crianças com necessidades educacionais especiais crendo que assim, se estão dentro da escola estão inclusas.Quando na verdade não estão.
Por outro lado muitas escolas tem colocados crianças em salas regulares sem dar-lhes qualquer assistência especializada.Esse fator também é um tipo de exclusão,pois não permiti ao estudante o direito de uma educação de qualidade.
Segundo Tereza Eglér Mantoan "Aglomerar é estar junto no cinema, no ônibus e até mesmo na sala de aula com pessoas que não conhecemos.Já inclusão é estar com, é interagir com o outro."Termina(Nova Escola-Maio/05)
O termo Educação Inclusiva vai muito mais além das deficiências patológicas,embora ainda sejam o grupo que sofre o maior preconceito,pois se precisa de um atendimento especializado.
Educação Inclusiva é acomodar todos sem exceção, independente de suas condições físicas, intelectuais, étnicas, culturais, religiosas,linguísticas, entre tantas outras.Sendo mais claro,Deficientes, superdotados, crianças de rua, crianças pertencentes a minoria, desvantajados e marginalizados.
Tais condições geram uma variedade de diferentes desafios aos sistemas escolares.
A inclusão implica mudar a escola como um todo.
O contexto da estrutura do termo "necessidades educacionais especiais" refere-se a todas as crianças ou jovens cujas as necessidades educacionais se originam em função de uma deficiência ou uma dificuldade de aprendizagem.
Vários educadores e profissionais da área entendem que a educação especial como uma modalidade que substitui a escolarização, voltada exclusivamente para portadores alguma deficiência patológica.
Exemplo:Uma criança com Síndrome de Down, por exemplo, passaria sua infância e talvez até adolescência em uma escola especializada convivendo apenas com colegas que tem a mesma deficiência e recebendo assim os mesmos conteúdos adaptados e terapias.
Aos poucos,esta confusão está se esclarecendo. Hoje a Educação Especial é entendida como a modalidade de ensino que tem como objetivo quebrar barreiras que impedem as crianças de exercerem a sua cidadania.O atendimento educacional Especializado é apenas um complemento e não um substituto.
Infelizmente por falta de informação ou omissão por parte da sociedade, milhares de crianças vivem escondidas em casas ou isoladas em instituições especializadas.Situações que privam as crianças com ou sem deficiência de conviver com a diversidade.
Em se tratando das escolas, muitas ainda se recusam a fazerem a matricula de crianças com necessidades educacionais especiais por afirmarem que não estão preparadas.
Mas recusar a matricula de qualquer criança é crime e muitos pais não sabem disto.
A Declaração Universal do Direito da Criança e do Adolescente diz claramente que toda criança tem direito "à educação e cuidados especiais".Outras leis também apoiam no caso da LDBN,cap.I,II,III do V e nos artigos 58 e 60 da lei 9.394/96 e Diretrizes Nacionais Da Educação Básica 2001.Também a nossa Constituição Federal e declarações tais como a Declaração de Salamanca e outras.
Como podemos ver existem milhares de leis e declarações para apoiar e fazer cumprir o direito de cada um. Seja lá qual as mediações.
Mas se há tanta preocupação em ampliar dentro do contexto escolar uma educação que atenda as necessidades de todos, então o que falta?
Que mudanças serão necessárias para que a escola se torne um espaço inclusivo?.
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